Há 25 anos eu estudava.
Fazia Faculdade.
FAAP.
Publicidade e Propaganda.
Há 25 anos existiu algo chamado Plano Collor aqui no Brasil.
Fora todas as burradas que o Plano apresentava, uma chamava muita atenção.
No dia 16 de Março de 1990 o governo “sequestrou” o dinheiro da população brasileira.
Sim, a partir daquele momento a gente só tinha o que tava no bolso e a bagatela de NCz$ 50.000 (cinquenta mil Cruzados Novos), que era uma mixaria. Pagava o mês da galera.
Então o que eu fiz? Fui procurar emprego.
Passei por algumas agências, produtoras, até chegar na TV.
Em São Paulo.
Fui na TV Bandeirantes e lá deixei meu currÃculo.
Lembro que era uma Terça-feira.
Na Quarta-feira toca o telefone em casa e um cara me pergunta:
-Fernando, você veio ontem aqui preencher uma ficha pra estágio, correto?
Eu:
-Sim
Ele:
-Você realmente fala inglês ? Fluente ? Lê e entende?
Eu:
-Sim.
Ele:
-Você pode vir aqui na TV Bandeirantes na Sexta?
E assim foi. Este “cara” era o Braguinha, o @cebraga no Instagram.
Sexta feira após a facu (eu estudava de manhã, num ato pensado de dominação mundial que consistia em sair da facú, entrar num trabalho meio perÃodo, emendar com um boteco e ainda fechar a noite na balada. Teoricamente aconteceu isto, só que de uma forma diferente. Depois de um tempo ia pra Band, saÃa pro Estúdio do Silvio Calmon, do Banana e do Marcelo Conde, e na sequencia ia pra balada tocar. Quase deu certo….) lá fui eu pra Band. Rua Radiantes, 13. Morumbi.
Chegando lá não era na TV o estágio. Era na FM. O Braguinha me recebeu e disse que precisava de alguém para traduzir uma revista gringa que eles começaram a comprar na época, e que não tinha ninguém com saco ou tempo prá ler e tirar as melhores notÃcias.
Notem que em 1990 não existia internet né? Era revista em papel mesmo. Chegava por FedEx (ou Correio mesmo) uns 10 dias depois de lançada nos EUA.
Eu falei OK, nem perguntei de grana.
E lá fui eu começar a ler a revista pra tirar as infos.
A revista era a Billboard.
A capa era marromeno assim:
E o Top 100 era meio que este aqui:
Peguei algumas informações de Top 100, Top HipHop (que era o que a Band tocava na época) e lá fui eu pro estúdio.
Passava as infos pro Banana, o locutor.
E o Banana fazia ele próprio o personagem “Billy”, que era um cara que “morava em NY” e dava as dicas de música.
Na verdade era ele mesmo conversando com ele mesmo pelo microfone e por um telefone dentro do estúdio.
hahahahaha As maravilhas do Rádio.
Passadas algumas semanas o Banana me perguntou:
-Cara, porque vc não faz o Billy? Já que vc é o cara que escreve, aproveita e fala.
Eu:
-OK, vamos nessa.
Daà surgiu meu apelido Billy.
E 25 anos depois aqui estou eu com esta história gigante prá dizer que a partir de hoje sou colunista da Billboard Brasil.
hahahahaha
As voltas que o mundo dá!
Tá la meu post. Que será quinzenal.
Óbvio que é sobre música Pop em geral.
Tudo de bom,
Billy.
PS_Agora meus posts da Billboard também tem playlist. Tudo que citei em todas as matérias que fiz está nessa playlist sempre atualizada:
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