Estive no começo do mês na Superbooth16, uma feira/convenção com o que existe de mais inovador em música eletrônica.
A Superbooth começou como um pequeno stand dentro da Musik Messe de Frankfurt, mas tomou corpo, chamou atenção e conseguiu criar um hype enorme em cima desse “novo” (entre aspas, explico depois) modelo de instrumentos musicais eletrônicos.
O que mais chama atenção quando vc vê os stands e mexe nos equipamentos é a integração de tudo com tudo.
Guitarra com fita cassete? Sai som.
Esferas robóticas pré-programadas tocam bateria? Sim, tocam.
Pedaços de tecido podem receber estÃmulos que modificam sons? Sim, claro.
Martelos tocam guitarras? Lógico.
E se a gente pegasse tudo isso e fizesse algo pra qualquer leigo entender e mexer? Também rola.
Parece que o céu é o limite para tudo que foi criado recentemente para produção musical, mas o conceito todo, mesmo, vem lá de 1995 (aqui a explicação do “novo” lá de cima), quando a empresa alemã Döpfer (do Dieter Döpfer, o cara que fazia os teclados pro Kraftwerk) lançou o A-100 e seus periféricos.
De 95 até hoje a coisa tomou uma proporção tão grande que, além de todas as pequenas empresas e start-ups de inovação lançarem seus produtos, gigantes da indústria de instrumentos musicais como a Roland e a Yamaha também entraram nesse nicho de super costumização e criação de interfaces analógicas.
E o movimento contrário também acontece. A Focusrite/Novation, empresa clássica de pré-amplificadores, consoles e interfaces AD/DA (Analógico-Digital/Digital-Analógico) só expôs na Superbooth16, largou a mão de um stand na Musik Messe de Frankfurt, considerada como a feira de música mais importante da Europa e uma das 3 mais importantes do mundo.
Ou seja, o tal foco no produto/consumidor também tá pegando as grandes empresas, que viram a oportunidade cada vez maior de não dar tiro de canhão pra matar mosca. Melhor falar lá no ouvido do consumidor real do produto, e não ficar anunciando aos 4 ventos uma série de produtos que não dizem nada pra quem não é daquele nicho.
O lance do “maker” também é extremamente presente. Vi, por exemplo, workshops de gente soldando cabo pra fazer pedal de guitarra que se conectava com teclados e sistemas analógicos. Tudo montado na hora. Muito legal.
O local escolhido não poderia ser mais legal, um prédio da antiga DDR (Alemanha Oriental) onde funcionava a rádio estatal. Estúdios da década de 50/60 todos conservados como originalmente eram, corredores amplos, espaços sensacionais.
O clima do lugar foi perfeito pra Superbooth. Fora que a gente só chega de barco.
40 minutos navegando pelo Spree, curtindo o visual da cidade.
Aqui alguns videos sobre o assunto.
Um geralzão com algumas coisas legais que vi, mexi e interagi.
Assista até o final pra ver o tamanho da sala de gravação de orquestra que os caras tem lá. Com lugar prá público e tudo mais. Sensacional.
Aqui nesse outro vÃdeo temos o Polyend, que são esferas que tocam bateria controladas via MIDI. Divertido.
E nesse último vÃdeo uma viagem psicodélica.
Sabe essa introdução dessa música aqui?
Então, foi feita nesses teclados que o cara tá tocando aqui. O “cara” na verdade aqui nada mais é do que um dos criadores do Mellotron, o primeiro sampler do mundo, feito com fitas magnéticas, tipo aqueles K7s que vc tinha em casa.
Curte aà a viajada dele!
E aquela galeria de fotos bacana.
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