Provavelmente você nem era nascido(a) quando a gente lançou esse disco.
Explico o “a gente”.
Eu era do Pânico.
Um dos 3 fundadores.
Eu
o Emilio Surita
o Marcelo Batista
Aqui na foto sou eu, o Emilio, o Flavio Machado, o Batista e o Bola.
Aà entrou o Piru, o Bola, o Waguinho, o Flavio Machado, a Paty Lane, o Portuga, o Japa, eu saà e entrou o Maestro Jô, voltei, entrou o Ceará, e depois eu sai de novo.
Aà foi um entra e sai que não sei direito.
Aqui na foto, em cima, o Bola, eu e Batista. Embaixo a Paty Lane, o Japa, a Laura Pausini e o Emilio.
Mas em 1995, quando eu voltei ao programa, o Tutinha, dono da rádio e inspiração para o personagem Doutor Pimpolho do Felipe Xavier, bolou de fazer esse disco.
O Emilio começou, junto com o Waguinho. E depois eu entrei pra ajudar a finalizar.
Produção do Arnaldo Saccomani, gravado e mixado nos estúdios do Luiz Schiavon pelo Hans Zeh e pelo Eudes.
Criei 3 bases, toquei teclado em várias outras músicas e cantei em quase todas.
O Jô Borges, o MaurÃcio Monteiro e o Bozo Barretti fizeram as outras bases.
Os back vocals foram do 4 por 4.
Letras de Rosana Hermann, Emilio Surita, Waguinho e minhas também (mas a maioria é da Rosana).
Vamos lá, faixa a faixa, com comentários:
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Macacaralho
Piada em cima do “La Cucaracha“.
O rap tem as seguintes referências:
–You’re the sunshine of my life (Stevie Wonder)
–My name is Macacaralho (primeira aula de inglês de qquer pessoa)
–And the book is on the table (segunda aula de inglês de qquer pessoa)
–Everybody’s funny house (brincadeira em cima dos raps da época, das dance music italianas que ninguem entendia)
–And the rhythm of the night (homenagem a Corona)
–Dois hamburgeres com alface (homenagem ao almoço e jantar de muita gente)
–E embrulha pra viagem (só uma frase pra dar liga do hamburguer com a próxima)
–Because I live in Jaçanã (homenagem ao Adoniran Barbosa)
O segundo rap é uma confusão de palavras sem sentido, na mesma linha dos raps das músicas da época com os “say ho” e “say yeah”.
Instrumental do Maestro Jô
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Jet’aime, moi non plus
Base do Bozo Barretti, voz do Emilio conversando com a francesa, que era cantora do Grupo O Complô.
Letra genial da Rosana Hermann, adaptada sobre o original do Serge Gainsbourg.
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Ilha da Uta
Também instrumental do Bozo Barretti, com letra da Rosana Hermann
A história de um fanho que achou que se deu bem…
Quem canta é o Emilio, que não usou AutoTune na voz. Aliás nem existia AutoTune na época.
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Menina Beethoven
Pra mim a mais legal do CD. Base do MaurÃcio Monteiro, na pegada do Misirlou do Dick Dale, que era sucesso na época da trilha sonora do Pulp Fiction.
Letra minha, do Waguinho e do Emilio, feita em cima de uma pizza fria no estúdio do Schiavon. Letra anotada toda no papel de embrulho da mesma pizza.
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Rap do Corno
Instrumental meu, voz de Teobaldo, o cangaçeiro do amor…que era o Waguinho.
Baseado naquelas músicas de amor da época, tipo Sampa Crew.
A voz da mulher do corno é do Emilio.
A letra é do Mauro Soares, jornalista da rádio na época.
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Criança Abundança
Mais uma do Teobaldo, dessa vez ensinando as crianças.
Na pegada do Pintinho Amarelinho. Com participação do Gordinho do Carrossel…
O coral de crianças era eu, o Emilio e o Waguinho. Com pitch do SPX.
Letra da Rosana.
Efeitos do Lalá Moreira.
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E o Meu Tá Murcho
No mesmo conceito do Pulso dos Titãs, só que com vários nomes de vagina.
Instrumental meu, vocal do Emilio, do Waguinho e meu.
Letra da Rosana.
Tinha um coro de resposta ao “Murcho… e o meu tá murcho…” mas era TÃO escroto que tiramos da gravação. Inventamos depois que gravamos toda a parte “séria” da música.
Era algo como “Não quero mais bater puxxxta…. quero xx, quero bxxxta….” entenderam ? Aà o disco não sairia…
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Vida de Boston
Um clássico. Base do Maestro Jô.
Primeiro vocal é meu, segundo do Emilio, terceiro do Waguinho.
Refrão cantado pelo 4 por 4.
Letra da Rosana.
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Chama o Hugo
Mais uma do Teobaldo. Pensado em cima do “Whoomp there it is” ou “Uh, Tererê”.
Instrumental do Mauricio Monteiro, letra da Rosana Hermann
Samples de arroto na música meus. Não os arrotos, os samples tocados.
O vomito “uh” do refrão é meu, e o Huuuuuuugoooooo é do Emilio.
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Cucurucucu (dito popular)
Da idéia dos funks melodies da época. Tipo “eu só quero ser feliz, andar tranquilamente na favela onde eu nasci”.
A voz do inÃcio é do MaurÃcio Monteiro, o instrumental também. Letra da Rosana.
Bonita a palavra “cú” cantada numa boa… em 1996. Passarinhos de fundo no refrão.
Vocais do Emilio e do MaurÃcio. Refrão voz de todo mundo.
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Quero te Fu
Outro clássico do CD.
Base do Jô Borges, letra da Rosana. Vocais meus e do Emilio.
Coral do 4 por 4.
Linda a letra.
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Pulga na Cueca
Adaptação de Pata-Pata, da Miriam Makeba, com letra da Rosana. Um clássico infantil retocado aqui. Acho que o instrumental era do Maestro Jô. Acho. Todos vocais meus, do Waguinho e do Emilio.
Essa música a gente tocou no programa da Xuxa. Gravamos nossa entrada as 3 horas da manhã de um estúdio da Globo no Jardim Botânico. Eu tava tão cansado que quando eu vi, a Xuxa veio flutuando até a gente… imagina…
Todas as roupas que usamos nos shows e nas apresentações de TV foram feitas pelo Carlos Alberto Gardin, que entre outras, fez os figurinos do Castelo Rá-Tim-Bum e dessas propagandas novas da SkyTV com a Gisele Bündchen.
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Aà o CD acaba, mas tem mais 3 faixas bônus.
Um Macacaraio (sem falar MacaCARALHO), pra tocar em qquer TV, Uma Cucurucucu com letra dizendo “se erda fosse grana pobre nascia sem ú“. Mas o rap de introdução é igual… não pergunte o porquê.
E pra fechar a gente ainda colocou Larga Larga, que é uma versão techno de um hip-hop de um cara chamado Mike, na música Piu-Piu que a gente tocava no programa.
O MC Mike era um cara muito gente boa, e a música era divertida…
http://www.youtube.com/watch?v=fSUk7EXwoxg
AÃ a gente fez isso
http://www.youtube.com/watch?v=Tgd7MgfXfw4
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Pronto. Todas as músicas devidamente comentadas e explicadas.
Se tiver alguma dúvida é só colocar nos comentários.
Tudo de bom,
Billy.
PS_Se quiser ouvir um pouco mais sobre a história da gravação desse disco, das bobagens todas, AQUI tem um Radiofobia especial que o Leo fez comigo. Ficou beeeem divertido.
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